RAPADURA EMOCIONAL
Lucarocas, a Arte de Ser
O engenho e o
poeta
São assim dois sofredores
Cada um com sua meta
Vão sofrendo suas dores
No engenho a moenda chora
Enquanto o poeta aflora
Os sofrimentos de amores.
Na cana quem
vem da lavra
O engenho é alimento
Do poeta é a palavra
Que moldura o sentimento
E a cana sendo moída
Caldo é lágrima caída
Na dor do seu sofrimento.
E quando a
garapa escorre
Pras caldeiras na fervura
É uma alma que morre
Em grande temperatura
E essa dor sem sentido
Faz boi triste dá gemido
Pela culpa da feitura.
O poeta é
como o boi
Que ali em sua jornada
Já vê o tempo que foi
No silêncio ele diz nada
Vendo a alma na quentura
Lamenta toda tortura
No abandono da amada.
O suor do
trabalhador
Que ocupa aquele espaço
Faz um gemido de dor
Do vaporar do mormaço
E o trabalho que faz
Para a vida não lhe traz
Nada além do que o bagaço.
O poeta ao
comparar
A dor que esse homem sente
Também vai se maltratar
Por ser parte dessa gente
E vai sentir do seu jeito
O verso rasgando o peito
No seu fazer do repente.
Quando o
melaço se esfria
Nos entalhes da madeira
É alma que em agonia
Fica presa na trincheira
Agonizando sua sorte
Até que o frio da morte
A repouse na aroeira.
O poeta vai
sofrer
Por sentir que desafina
De aos poucos morrer
Pela arte que domina
E ver que seu versejar
Um dia vai se calar
Ao cumprir sua sina.
Quando o
melaço esfriado
Naquela madeira dura
Ele então é transformado
Em uma nova estrutura
E deixa de agonizar
Pra poder adocicar
Em forma de rapadura.
E vendo a dor
do engenho
Do poeta o sofrimento
Deus coloca o seu empenho
Põe doçura em sentimento
E recheia a rapadura
Com a poesia mais pura
E o doce do lenimento.
Seja de cor
ou alvura
O seu jeito natural
Do poeta tem ternura
Do poder universal
E Deus num sopro de vida
A fez então concebida
Rapadura emocional.
Fortaleza,
julho de 2024.
..................
Lucarocas, a
Arte de Ser
(85) 98897.4497 – 99642.2670
lucarocas@gmail.com
www.lucarocas.com.br
Lucarocas, a Arte de Ser
São assim dois sofredores
Cada um com sua meta
Vão sofrendo suas dores
No engenho a moenda chora
Enquanto o poeta aflora
Os sofrimentos de amores.
O engenho é alimento
Do poeta é a palavra
Que moldura o sentimento
E a cana sendo moída
Caldo é lágrima caída
Na dor do seu sofrimento.
Pras caldeiras na fervura
É uma alma que morre
Em grande temperatura
E essa dor sem sentido
Faz boi triste dá gemido
Pela culpa da feitura.
Que ali em sua jornada
Já vê o tempo que foi
No silêncio ele diz nada
Vendo a alma na quentura
Lamenta toda tortura
No abandono da amada.
Que ocupa aquele espaço
Faz um gemido de dor
Do vaporar do mormaço
E o trabalho que faz
Para a vida não lhe traz
Nada além do que o bagaço.
A dor que esse homem sente
Também vai se maltratar
Por ser parte dessa gente
E vai sentir do seu jeito
O verso rasgando o peito
No seu fazer do repente.
Nos entalhes da madeira
É alma que em agonia
Fica presa na trincheira
Agonizando sua sorte
Até que o frio da morte
A repouse na aroeira.
Por sentir que desafina
De aos poucos morrer
Pela arte que domina
E ver que seu versejar
Um dia vai se calar
Ao cumprir sua sina.
Naquela madeira dura
Ele então é transformado
Em uma nova estrutura
E deixa de agonizar
Pra poder adocicar
Em forma de rapadura.
Do poeta o sofrimento
Deus coloca o seu empenho
Põe doçura em sentimento
E recheia a rapadura
Com a poesia mais pura
E o doce do lenimento.
O seu jeito natural
Do poeta tem ternura
Do poder universal
E Deus num sopro de vida
A fez então concebida
Rapadura emocional.
(85) 98897.4497 – 99642.2670
lucarocas@gmail.com
www.lucarocas.com.br
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